terça-feira, 26 de novembro de 2013

Medo!?.

Os que trabalham têm medo de perder o trabalho.
Os que não trabalham têm medo de nunca encontrar trabalho.
Quem não tem medo da fome, tem medo de comida.
Os motoristas têm medo de caminhar e os pedestres têm medo de serem atropelados.
A democracia tem medo de lembrar e a linguagem tem medo de dizer.
Os civis têm medo dos militares, os militares têm medo da falta de armas, as armas têm medo da falta de guerras.

É o tempo do medo.
Medo da mulher da violência do homem e medo do homem da mulher sem medo.

Medo dos ladrões, medo da polícia.
Medo da porta sem fechaduras, do tempo sem relógios, da criança sem televisão, medo da noite sem comprimidos para dormir e medo do dia sem comprimidos para despertar.
Medo da multidão, medo da solidão, medo do que foi e do que pode ser, medo de morrer, medo de viver”.



Fonte: GALEANO, Eduardo. Dias e noites de amor e guerra. Porto Alegre, L&PM editora, 2001. P. 83.







Soneto de um Novembro

Faz teu o corpo meu,
E embriaga-me nos teus sons.
No dilacerar desses meus medos,
Acalma-me com teus olhares.


E é nesse pulsar constante destes teus ares,
Que me recuso a outros pares,
Para que um dia se chegares,
Venhas tão já de encontro ao meu sossegar.


E que nesse nosso acalmar, eu possa sempre passear
Cotidianamente pelo corpo teu,
Logo então acalmar a pele louca deste desejo envolto ao breu.


E enfim, embebecida de amor, eu sinta teu calor
Até os dias sombrios;
 Nestes  dias fechados onde não serão mais permitidos o amar nem o amor.


Laila Naymaer 



Fique aqui esse friso...

Eu sei...
Eu não quero ver uma história quase que se repetindo, mas infelizmente acho que estou novamente, fatidicamente, envergonhadamente, sonhadoramente, desenfreadamente, timidamente, apaixonada.
As pessoas costumam dizer que não devemos dar chance ao pensamento ponderar aquilo que é o julgo alheio, mas hoje sei que não estou contigo – e ainda bem, fique aqui esse friso – por na minha relés condição, não seria interessante suportar tal pressão.
A vida seria menos complicada, se esse cheiro não fosse teu, se não fossem tuas mãos abraçando o corpo meu, se a tua voz... Bom, não me pergunte o que dentro de mim aconteceu.

Perco-me analiticamente analisando teu corpo, a maneira como te porta, o mexer de teus lábios, o movimentar de tuas mãos... 


Laila Naymaer 




quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Uma limpa vital!

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.


Fernando Teixeira de Andrade

Nietzsche, Nietzsche e Nietzsche

Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.


Friedrich Nietzsche


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Não faria sentido...

Enquanto ele a abraçava, ela sentiu seu perfume e a textura do terno.
 Quando ele colocou os braços em torno dela, 
ela sentiu-se protegida 
e ele a sentiu confortável 
e disse e fez
 coisas que a surpreenderam...



___ Tchau meu amor... (em sussurros, num abraço generoso).

___ Tchau... (em tom de surpresa, sem forças no corpo).



Ele olhou nos olhos dela e a beijou.
Ela ficou ali parada, 
estatizada por alguns instantes.
Até que disse...

____ Não faças assim...
____ Não?

____ Não, eu sei como tu és, e principalmente sei como sou.
____ Mas vai ser diferente.

____ Não mintas pra mim, não vai ser...
____ Tu não acreditas em mim...

____ Acredito, mas não nesse jogo, prefiro te ter sempre por perto, 
te admirando, do que te amar por algum tempo e te perder para o resto da vida...
____ Não me julgues assim...

____ Não é julgamento é constatação.
____ Mas eu gosto de ti, até sonho contigo, 
tenho me policiado até nas palavras...

_____ Esse é o problema.
____ Me policiar?

____ Não. Uma relação não vai durar, quando alguém gosta e o outro ama.
____ Por favor, não fales assim...

____ Eu não sei mentir pra ti.
____ Nunca soubeste...


Ali ele a soltou, 
e rapidamente ela desceu as escadas desejando ficar nos braços dele, 
mas preferindo ficar quieta, era melhor do que se machucar.
Abrir novas feridas não faria sentindo algum ali naquele momento. 
Mas a voz, as palavras, o toque e o cheiro ela guardava com ela. 
Eram a identidade dele.




Laila Naymaer




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

"Amorlógico"

Essa madrugada eu não conseguia dormir de jeito nenhum e fiquei pensando em várias coisas, uma delas eram os primeiros escritos do Blog, e como eu estou escrevendo para vocês com menos frequência...
Então estava pensando, e nada do sono vir, pensei, pensei e decidi escrever algo com o meu coração. Não se baseia na minha vida, mas na minha imaginação, espero que vocês gostem!



DIÁLOGO...

____ E que sentido tem então tudo isso?

_____ Tem sentido "amorlógico".

_____ O quê?

____ "Amorlógico".

____ Que sentido é esse?

____ É o sentido que, só faz sentido para quem tem sentido um amor como o NOSSO!



Laila Naymaer






sábado, 16 de novembro de 2013

Vem Pra Rua Com a Uergs Alegrete

ATENÇÃO COMUNIDADE,
ESTAMOS NOS MOBILIZANDO PARA 
PRESSIONAR O REITOR E O GOVERNADOR.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS E TODAS,
POIS A UERGS NÃO PERTENCEM SÓ AOS SEUS ACADÊMICOS E
ÀS SUAS ACADÊMICAS.


Vamos, nossos ventos juntos se tornarão ventania!

EU FIZ SOPRAR UM VENTO REVOLUCIONÁRIO. 
PUS UM BARRETE VERMELHO NO VELHO DICIONÁRIO.



Victor Hugo


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Bagunça...

Ando me sentindo estranhamente familiar.
De uns dias para cá, tenho tido sonhos familiares.
Sonhos com pessoas peculiares.
Novas pessoas.
Sonhos antigos.
Pessoas recentes.
Desejos adormecidos.
Coisas inconsequentes.

Numa prosa parcialmente imparcial,
fico me sentindo sentimental.
Até meio animal.

Num dia comum, 
meu peito sofre um "bum".
E me sinto mexida por dentro.


E de repente então,
pessoas antigas surgem
no vão de pensamentos.
Atitudes sem argumentos.





Laila NAYMAER.





CANÇÃO DE OUTONO


Hoje eu estava Stalkeando uma pessoa queria e achei um fraguimento, coloquei no Google e achei esse poema que simplesmente me conquistou.
Vamos a ele?

...


Canção de Outono


Perdoa-me, folha seca, 

não posso cuidar de ti.

Vim para amar neste mundo, 
e até do amor me perdi.



De que serviu tecer flores

pelas areias do chão, 
se havia gente dormindo 
sobre o própro coração?



E não pude levantá-la!

Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando áqueles 
que não se levantarão...



Tu és a folha de outono 

voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...


Cecília Meireles