quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Não faria sentido...

Enquanto ele a abraçava, ela sentiu seu perfume e a textura do terno.
 Quando ele colocou os braços em torno dela, 
ela sentiu-se protegida 
e ele a sentiu confortável 
e disse e fez
 coisas que a surpreenderam...



___ Tchau meu amor... (em sussurros, num abraço generoso).

___ Tchau... (em tom de surpresa, sem forças no corpo).



Ele olhou nos olhos dela e a beijou.
Ela ficou ali parada, 
estatizada por alguns instantes.
Até que disse...

____ Não faças assim...
____ Não?

____ Não, eu sei como tu és, e principalmente sei como sou.
____ Mas vai ser diferente.

____ Não mintas pra mim, não vai ser...
____ Tu não acreditas em mim...

____ Acredito, mas não nesse jogo, prefiro te ter sempre por perto, 
te admirando, do que te amar por algum tempo e te perder para o resto da vida...
____ Não me julgues assim...

____ Não é julgamento é constatação.
____ Mas eu gosto de ti, até sonho contigo, 
tenho me policiado até nas palavras...

_____ Esse é o problema.
____ Me policiar?

____ Não. Uma relação não vai durar, quando alguém gosta e o outro ama.
____ Por favor, não fales assim...

____ Eu não sei mentir pra ti.
____ Nunca soubeste...


Ali ele a soltou, 
e rapidamente ela desceu as escadas desejando ficar nos braços dele, 
mas preferindo ficar quieta, era melhor do que se machucar.
Abrir novas feridas não faria sentindo algum ali naquele momento. 
Mas a voz, as palavras, o toque e o cheiro ela guardava com ela. 
Eram a identidade dele.




Laila Naymaer




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