Se eu me descrever, eu vou me conter. Eu não quero ser contida, eu quero ser assim desse jeito mesmo atrevida, quero ter uma vida bem vivida, uma vida real!
Alguns homens nos chamam de vadias, pelo contrário se fossemos vadias (no sentido tão pejorativo e tão vulgar no qual eles usam essa palavra) não estaríamos dando conta de ajeitar todas as trapalhadas das sociedades, não seriamos, donas de casa, trabalhadoras, mães, primeiras ministras, chefes da casa civil, juíza, presidenta, professora, químicas, matemática, domésticas, secretárias, policiais, enfim um leque imenso de profissões, mas acima de tudo grandes em cada que fazemos. Não nos xingue e tente nos humilhar por nossas roupas, bijuterias, jóias, sapatos e bolsas. Queridos homens não esqueçam, cada um de vocês veio do útero de uma MULHER.
De manhã cedo Rosaflor cevou o mate
Com erva buena, maçanilha e despedida
Pra ofertar com mãos de espera ao seu amado
Antes que a estrada lhe contasse da partida
Mariano Luna do galpão trazia um baio
Bueno de boca pra entregar noutra estância
Um baio claro feito a lua que esses tempos
Foi sua guia e companheira nas distâncias
Roncou o mate do estribo na cancela
E um silêncio tomou conta do lugar
Deixando apenas dois olhares se encontrarem
Que Rosaflor ficou sem jeito pra falar
Mariano Luna ia num baio frente aberta
Pilcha bonita, deu de rédea e disse adeus
E Rosaflor, a flor mais linda do rincão
Tomou o mate pra beijar os lábios seus
Mariano Luna só levou poncho e mais nada
Um gosto bom e uma certeza pela boca
É só um dia de estrada e quem partiu
Volta pro rancho que a saudade não é pouca
Em frente ao rancho Rosaflor olhava ao longe
Dois baios mansos e um amor seguirem a estrada
Depois deixou cuia e cambona recostadas
E foi lavar seus sonhos todos junta à aguada
Assim a estrada novamente foi distância
Mas esta vez por ter retorno e boas vindas
Mariano Luna que seguia sempre os ventos
Agora tinha os olhos claros da sua linda
Mariano Luna, o domador, levava um baio
Também de tiro uma saudade de quem parte
E Rosaflor juntou mais jujos pelo campo
Para lhe esperar no fim da tarde com outro mate! ♪
Só quem tem o poder de te fazer sentir viva, pode fazer você se sentir morta. Só quem arrepia cada centímetro do seu corpo e faz você sentir o sangue bombear num ritmo charmoso, é capaz de estragar o mundo quando parte. Só quem tem o poder de tornar o mundo leve e fazê-la flutuar, também pode afundar sua noite e fazer com que seu corpo se arraste pelos restos que sobraram da festa. Aonde está a força de negar um desejo se enquanto ele não é saciado continua existindo? Desejos nascem, ocupam lugares interessantes do seu corpo, e não morrem antes de um formigamento exausto de prazer, uma manhã suja de arrependimentos, hálitos estragados de amargura e clicks que a vida nos dá, também chamados de momentos de verdade, que em muito se parecem com toques de mágica para você sair do estado encantado e falso da imaginação. O tempo não se encarrega de matar desejos, apenas de substituir os personagens. Você pensa que é forte sendo moralista, respirando fundo, contando até mil, sumindo da festa, rezando, desviando sua atenção, mas ele está lá, num bar com amigos, te olhando de longe. E ele continua lá mesmo depois que o táxi o levou, meio embriagado, para casa. Ele está no vazio que deixou, na dúvida de como poderia ter sido, na esperança do próximo encontro, na consciência leve pela negação e pesada pela cobrança de um tesão ainda latente. Pecados existem, não os julgados por Deus, não as picuinhas julgadas pelos humanos. Pecados existem dentro dos corações traidores. Mas se antes meu coração ardeu e se assustou de pecados, agora ele chora de saudade, de covardia e de aceitação. Ele está puro e nem por isso tranquilo. Esse é o maior problema dos desejos, eles não aceitam não como resposta. Você só coloca um ponto final nele se for até o fim. E o fim pode ser um simples enjoo ou, na pior das hipóteses, a morte. Mas você viveu. Para matar um desejo é preciso viver, nem que depois você morra junto com ele. Indo embora para casa, segurei o peito, que parecia solto, e abafei uma lágrima. Como eu queria agora estar com ele. Por aquelas três horas pagas de delícias e mais meia de arrependimento na hora de se vestir. Por aqueles segundos de esquecimento, mais meses de lembrança. Por algumas palavras idiotas, mais muitas contidas para não parecer idiota. O desejo me acompanhou até em casa. Muito, muito mais forte que minha nobreza em ter dito não. Ele está lá. No seu coração, na sua mente, no cheiro que você carrega junto com seu passado. Ele está em cada batimento cardíaco contraído da sua vagina, em cada torção contraída do seu estômago, em cada momento descontraído de seus hormônios. Você está aqui. Em cada linha que eu escrevo tentando ser boa redatora, em cada momento correto que eu me agarro para não deixar você errar, em cada provocação estratégica para você nunca desistir de insistir em errar. Você está aonde eu quero chegar, em tudo que eu quero negar, muito presente. Não quero uma só uma escapadinha, não quero uma vida ao seu lado. Não quero nunca mais te ver. Queria ter dez minutos com você, o bastante para não mudar minha vida em nada. Quero outra vida. Não estou nem aí pra você. Só penso em você. Você é meu amigo, você é um conhecido, você foi a melhor noite da minha vida. Mais do que qualquer certeza, confusão é paixão. Quis demais que você fosse embora, quis demais que você ficasse pra sempre, quis não pensar, me agarrei numa lógica fria que berrou no meu ouvido que toda ação tem sua reação. Toda traidora tem seu dia de enganada. Toda vontade negada tem seu dia de câncer. Todo silêncio tem seu dia de grito desesperado. Entenda cada som, de cada letra, de cada palavra, de cada frase, de cada sentença, de cada ideia carregada de desejo, como um grito de cada parte do meu corpo que ficou lacônica quando sua presença física abandonou a festa. O desejo era tanto, que travei. Tive medo que você tirasse meus grampos e minha maquiagem, a roupa que vesti para seduzi-lo. Tive medo da hora de ir embora, a maior solidão de uma mulher é não poder dormir nos abraços do seu amado, pois ele é sua apenas por três horas. Tive medo da sua pressa, que sempre me ofende tanto. Tive medo da sua fidelidade. Você sempre me comeu muito bem, mas nunca me emprestou sem ombro, seu colo, sua mão, seu olhar carinhoso, seu suspiro, seu sono, sua fragilidade. Tive medo de ser só desejo, porque para mim sempre foi mais. Prefiro ser perseguida pelo meu desejo, que não tem dia para acabar, do que ser abandonada mais uma vez pelo seu, que dura no máximo três horas.
E na maioria das vezes eu vivo pedindo a Deus que permita que eu me entenda, mas também é como se a metade de mim ainda faltasse. é como se eu vivesse buscando achar em mim algo que, só vou encontrar em você . Logo, espero que não demore, mas que aconteça no tempo certo.
Já senti tanta dor a ponto de achar que não resistiria. Já cheguei a perder o ar de tanto medo. Já me tranquei no banheiro pra chorar e acalmar minha ansiedade. Já esperei respostas que nunca ouvi. Já coloquei música no último volume pra tentar não pensar mais em nada. Já deixei de perguntar porque tive medo das respostas. Já fingi estar bem pra evitar explicações. Já me senti tão mal a ponto de não ter forças pra sair da cama, mas sai. Já fiz planos que talvez nunca se realizem. Já liguei só pra ouvir uma voz e não tive coragem de falar. Já fui dormir com o coração aos pedaços, desejando não mais acordar, e mesmo assim vi outro dia nascer. Já confiei em pessoas erradas e quebrei a cara. Já perdi amizades que eu julgava ser pra sempre. Já pedi perdão sem ter culpa. Já disse ‘nunca mais’ e voltei a cometer os mesmos erros. Já tentei substituir pessoas e descobri que eram insubstituíveis. Já tentei preencher espaços desesperadamente e descobri o quanto eu me sentia mais vazia ainda. Já morri de amor várias vezes e depois renasci mais forte. Já tentei te esquecer e percebi que era impossível...
É tão difícil falar e dizer coisas que nunca podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real, entre nós dois? Dificílimo contar: olhei para você fixamente por uns instantes. Tais momentos são meu segredo.
"A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do que de discípulos; é preciso ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe."
Tem feito frio aqui na cidade, aí no campo deve estar mais... Ainda lembro das nossas dificuldades de comunicação, mas nem isso nos afastava. O que nos afastou foram: medo, desconfiança e acima de tudo não querer estragar um sentimento, de qualquer jeito transformou-se e nunca mais foi o mesmo.
E a minha vontade de estar com você é tão grande que, ainda me sinto como uma criança querendo seu colo, ainda penso em você mesmo estando no trabalho. As coisas acontecem de uma maneira engraçada não é mesmo?
Os casais se conhecem, brigam, rusgam, ficam de mal, fazem as pazes, riem, se machucam, se amam com o passar do tempo, com a convivência, mas nós, nós nunca fomos assim, nunca precisamo disso, nunca precisamos de um beijo para sentir o gosto um do outro. Nossas almas já se conheciam. Algo como se fossemos a realidade daquele clichê: feitos um para o outro.
Sempre será como se tivéssemos um contrato assinado desde a primeira respiração. É como se você tivesse vindo antes, para preparar o nosso amor, cultivar conhecimentos nos jardins encantados, porque claro, você já sabia que: conhecimento me fascina e o aprender, bem, essa me prende.
Nadie puede pisotear tu libertad
Grita fuerte por si te quieren callar
Nada puede detenerte si tu tienes fe
No te quedes con tu nombre
Escrito en la pared, en la pared
Si censuran tus ideas ten valor
No te rindas nunca, siempre alza la voz
Lucha fuerte y sin medidas
No dejes de creer
No te quedes con tu nombre
Escrito en la pared
En la pared.
No pares, no pares no,
No pares nunca de soñar
No pares, no pares no,
No pares nunca de soñar
No tengas miedo a volar
Vive tu vida
No construyas muros en tu corazón
Lo que hagas siempre hazlo por amor
Pon las alas contra el viento, no hay nada que perder
No te quedes con tu nombre
Escrito en la pared.
Em meio a tantas coisas loucas, loucas coisas de vida, de vidas complexas, de vidas distantes e permanentes em um coração complexamente atormentado de sentimento, sendo esse sentimento uma coisa indefinida, uma coisa dificilmente entendida a olho nú. Quantas vezes, tantas e infindáveis vezes já disse, já achei que, por você não palpitava, a pupila já não dilatava mais. Já não há mais como negar, enfim. Vieste e nunca foste, ou talvez de quanta história ilusória e tão pouco de verdade nos vestimos?
Quantas mentiras meu Deus, quanta negação e ainda sim, vestida de uma capa de renego, ainda sim preciso confessar, assim você me conheceu. Incrível é o passar do tempo que nos muda, mas ainda de uma forma, nos deixa conhecíveis a razão humana, fragilizados e desarmados diante uma face que queremos combater. Não julgo esse um bom combate, por que é impossível não sofrer.
Há, mas não entendo como é possível saber do meu passado, o meu presente que ontem era meu amanhã. Ainda me conhece e ainda a pesar da guerra fria travada entre eu e meu enganoso coração. Apesar das marcas, das dores, dos outros, dos beijos e dos carinhos, depois de tudo que veio depois de você, apesar de tudo isso ainda me conheces.
Nem sempre aquilo que mostra o teu valor, é o que te satisfaz. Nem sempre aquilo que te traz tranquilidade é o que se deseja. Nem sempre aquilo que te mostra uma face sonhada é o que te enche de alegria. Nem sempre o melhor que a vida poderia te trazer faz vibrar tua alma. Nem sempre aquilo que é pacificador te traz segurança. Nem sempre quem te ama é quem você anseia que te amasse. Nem sempre, alias na maioria das vezes.