Tá tudo tão confuso, já cansei de
buscar me entender, já nem quero mais saber. Eu só sei que não posso e deve sim
ter algo maior, eu devo pelo menos no fundo acreditar nisso. E de que vale não
estar ao seu lado? Céu, inferno, roda viva, viajante... Já não sei.
Te quero pra uma noite, uma noite
e meia, uma vida, uma vida e meia. Te quero hoje de qualquer jeito e até o
vento e a bolsa sabem e colaboram para te querer mais e mais. Já sei que tenho
que me afastar, assim não dá mais, mas o meu masoquismo peculiar e particular
não deixa, não quer, só sabe me colocar entre a cruz e a espada.
Sinto vontade de rasgar sua
roupa, e perguntar “porque não eu?”. Não posso, queria poder mais não posso.
Queria você pra viver longe
daqui, onde o mundo não nos alcançasse, onde não saibam quem eu sou e simplesmente
não julguem. Aceitem. Mas de que adianta os outros não me conhecerem, se sempre
e sempre minha alma, vai me condenar como me condena agora. Finjo paixões, caço
amores, busco curas milagrosas, sobrenaturais, de verdade metafísicas, mas
essa peste, essa doença, esse amor, não saem daqui. Vontade de fugir. Vontade
de gritar no meio do campo com a mesma força que guardo pra rasgar suas roupas.
Só pra ver se isso passa...
Laila Naymaer
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