quarta-feira, 21 de setembro de 2016

É exatamente aí que renasceremos.

Sou eu, hoje sou eu. Eu e meus dilemas. Eu e minhas verdades. Eu e apenas... Eu. Eu esperando o dia em que você consiga ler nas minhas meias palavras, tudo isso, essa imensidão de sentimentos, que se completa nas entrelinhas. Sou eu, aqui, esperando o dia desse acontecimento fatídico, esperando que meu amor seja correspondido. Esperando que você veja os parênteses que meus braços abrem para os seus abraços. Então não direi mais "sou eu", serei eu esperando seus braços para completar nossos parênteses, nossas linhas particulares desse nosso texto desigual. Banal. Sentimental. Carnal. Passional. Substancial. Conceitual. Sem igual. E seremos, apenas seremos na mais profunda simplicidade de fundirmo-nos. Não direi mais "sou eu", diremos então "somos nós". Sorriremos com nossos olhos e olharemos mais profundamente cada poro com nossos lábios, sentiremos cada vez mais forte ao respirar, ouviremos com cada parte dos nossos corpos e dançaremos ofegantemente no ritmo das batidas descompassadas, mas perfeitamente alinhadas, sentiremos cheiros com as línguas e gostos com as narinas. Inebriantemente afundaremos em desejo e é exatamente aí que renasceremos.


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