domingo, 27 de maio de 2012

Volta pro rancho que a saudade não é pouca

De manhã cedo Rosaflor cevou o mate
Com erva buena, maçanilha e despedida
Pra ofertar com mãos de espera ao seu amado
Antes que a estrada lhe contasse da partida
Mariano Luna do galpão trazia um baio
Bueno de boca pra entregar noutra estância
Um baio claro feito a lua que esses tempos
Foi sua guia e companheira nas distâncias
Roncou o mate do estribo na cancela
E um silêncio tomou conta do lugar
Deixando apenas dois olhares se encontrarem
Que Rosaflor ficou sem jeito pra falar
Mariano Luna ia num baio frente aberta
Pilcha bonita, deu de rédea e disse adeus
E Rosaflor, a flor mais linda do rincão
Tomou o mate pra beijar os lábios seus
Mariano Luna só levou poncho e mais nada
Um gosto bom e uma certeza pela boca
É só um dia de estrada e quem partiu
Volta pro rancho que a saudade não é pouca
Em frente ao rancho Rosaflor olhava ao longe
Dois baios mansos e um amor seguirem a estrada
Depois deixou cuia e cambona recostadas
E foi lavar seus sonhos todos junta à aguada
Assim a estrada novamente foi distância
Mas esta vez por ter retorno e boas vindas
Mariano Luna que seguia sempre os ventos
Agora tinha os olhos claros da sua linda
Mariano Luna, o domador, levava um baio
Também de tiro uma saudade de quem parte
E Rosaflor juntou mais jujos pelo campo
Para lhe esperar no fim da tarde com outro mate! ♪

Jairo Lambari Fernandes


Um comentário: