É tão estranho se sentir
acuada, e tem pessoas que parecem ser especialistas em nos fazer sentir assim. Tive
alguns dias que durante alguns momentos as coisas aconteceram dessa forma,
tiveram uns sorrisos bem gostosinhos de receber, algumas situações que me
exigiram sentir como barata, ou com a minha típica petulância juvenil, ou seja,
tentando manter o controle mostrando um sorriso desafiador nos lábios e um suor
gelado dentro do estômago que vem do tremor de todas as juntas e medulas, mas de
qualquer forma foram dias bons. Uns instantes a mais de experiências de amadurecimento.
Fazia realmente muito tempo
que não me sentia dependendo de outra ou outras pessoas pra me sentir segura, mas
principalmente quando eu não sabia que tipo de posicionamento minha pessoa de
referência ia tomar, eu já estava confortável conhecendo outros tipos de
posicionamentos. Mas bem confesso que estou aprendendo, inclusive reaprendendo
também como é me sentir mais aliviada, porque eu não fazia ideia do que poderia
acontecer. Percebi o quanto é importante formar uma equipe para ter respaldo,
mesmo que seja uma equipe de duas pessoas naquele momento.
Confesso meu desconforto,
confesso que não sou tão preparada quanto eu esperava, é o preço de sempre ter
uma pavoa que de alguns anos pra cá me atira em cada coisa, mas me protege
tanto, pensei coisas como “se ela estivesse aqui, como seria?” ou “será que ela
já teria dado de relho cinicamente nessa criatura?”. Pensei, repensei, pensei
mais, e meu Deus, como as coisas mudaram desde que ingressei na faculdade, me
pergunto coisas como “que vida é essa que eu não fazia ideia de que ia
acontecer?”.
Ando bem emotiva é bem verdade, mas está tudo muito complicado. Ando sentindo
que não tem volta, nunca mais vou deixar de ser gente grande. Isso me assusta.
Ainda me desperta uma grande curiosidade em saber como é ser adolescente e
andar alguns dias na inconsequência, sem preocupações adultas. Sem estresse,
sem responsabilidade, sem ter que cozinhar, pagar contas, mas realmente cada
vez mais acredito que tão já só me resta ficar na vontade.
Durante a
vida tive uma abrupta mudança da infância para a fase adulta. Fez bem em alguns
pontos, mas também fez muito mal, parece que fiz muito pouco do que queria
fazer, sinto algo como “aproveitei muito mal as poucas experiências que tive”. Não
é me vitimar, até porque acho que sou capaz, só não sei o quanto. Parece que as
pessoas esquecem a idade que tenho e confiam muito mais em mim do que eu.
Afinal, eu não sei bem o que quero da vida, só sei bem o que os outros querem
para mim.
Laila
Naymaer
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