É estranho parar para pensar como com essa distancia tremenda eu ainda
pense em como poderia ser interessante a experiência de deixar-me dominar em
algum momento propício, mas tendo que ser exatamente contigo. É muito estranho,
é um sentir diferente. Parece uma curiosidade sobre deixar-me ceder um pouco,
em algum momento. É peculiar o que me causas.
Eu que vivi odiando a vida inteira ter limites, sinto que desejo
profundamente ser dominada por ti, é como se a tua figura e a tua forma seca de
ser e que também se torna doce em eterna contradição e mudança que ocorrem em
frações de segundo de alguma forma despertassem algo em mim, é como se todo
esse teu jeito intrigante, mas comum de querer ter sempre o controle, é um
fato, isso tudo colabora e contribui muito para que tu me atraia de alguma forma
que não é comum. E mesmo assim distante, eu permaneço aqui sem ação, mas com
essa curiosidade imensa de conhecer as tuas texturas e de ouvir o teu timbre
sem interferência ou algo que fique entre nós.
Quando conversamos é como se eu implorasse para que me de limites.
Sempre tocamos nos pontos que te incomodam e que divergimos, não sei que tipo
de defesa maníaca isso possa ser, ou que tipo de desafio tenho buscado
inconscientemente. Toda essa autoridade imposta não tão pacificamente, mas com
tamanha propriedade na forma natural de te portar me deixa profundamente
desejosa de sair correndo daqui e de alguma forma viajar dez horas só de ida,
largar tudo por uns tempos, a faculdade, o trabalho, projetos. Largar tudo e
partir. Bater na tua porta completamente molhada num dia de chuva e com os
olhos e o sorriso te pedir que me acolhas.
Laila Naymaer
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