domingo, 17 de agosto de 2014

Em um rompante...

É estranho parar para pensar como com essa distancia tremenda eu ainda pense em como poderia ser interessante a experiência de deixar-me dominar em algum momento propício, mas tendo que ser exatamente contigo. É muito estranho, é um sentir diferente. Parece uma curiosidade sobre deixar-me ceder um pouco, em algum momento. É peculiar o que me causas.  

Eu que vivi odiando a vida inteira ter limites, sinto que desejo profundamente ser dominada por ti, é como se a tua figura e a tua forma seca de ser e que também se torna doce em eterna contradição e mudança que ocorrem em frações de segundo de alguma forma despertassem algo em mim, é como se todo esse teu jeito intrigante, mas comum de querer ter sempre o controle, é um fato, isso tudo colabora e contribui muito para que tu me atraia de alguma forma que não é comum. E mesmo assim distante, eu permaneço aqui sem ação, mas com essa curiosidade imensa de conhecer as tuas texturas e de ouvir o teu timbre sem interferência ou algo que fique entre nós.

Quando conversamos é como se eu implorasse para que me de limites. Sempre tocamos nos pontos que te incomodam e que divergimos, não sei que tipo de defesa maníaca isso possa ser, ou que tipo de desafio tenho buscado inconscientemente. Toda essa autoridade imposta não tão pacificamente, mas com tamanha propriedade na forma natural de te portar me deixa profundamente desejosa de sair correndo daqui e de alguma forma viajar dez horas só de ida, largar tudo por uns tempos, a faculdade, o trabalho, projetos. Largar tudo e partir. Bater na tua porta completamente molhada num dia de chuva e com os olhos e o sorriso te pedir que me acolhas.



Laila Naymaer  






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