terça-feira, 27 de maio de 2014

...entre um chá e outro...

Quando a gente ama alguém, e ama muito, dói dizer o que faz bem para a pessoa, mas vai doer na gente, no entanto é preciso dizer, não tem jeito. Amar é amar a felicidade do outro, mesmo que a gente tenha que passar menos tempo junto. Principalmente o amor fraternal, esse sim faz falta. Amar assim é torcer para que dê tudo certo só para ver a pessoa feliz, mesmo querendo que dê tudo errado. Mas é ir lá e dizer "vai, eu te apoio". A gente sabe que ama quando entre um café e outro a pessoa pede a tua opinião e tu dizes “é, eu acho que tu tem que fazer, é o que tu queres, é a tua realização que está em jogo”, mesmo que durante essa fala tu estejas te cortando os pulsos. Amar é entre um chá e outro olhar bem fundo nos olhos, e a gente ser tão leal à pessoa e ao mesmo tempo a nós mesmos que num surto de coragem sejamos capazes de dizer “não é o que eu queria te dizer, mas é o que eu acho que vai te fazer feliz”. A gente dá por conta que ama quando não aceita bem a ideia, mas sorri para não desestimular o outro, quando ao invés de assistir filme deitada, tapada, no colo nós então fazemos isso sentados em um sofá há metros de distância, sentada, enrolada e sem nem olhar para o lado, porque não tem erro, olhou... Chorou.

Laila Naymaer




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