Quando a gente ama alguém, e ama muito, dói dizer o
que faz bem para a pessoa, mas vai doer na gente, no entanto é preciso dizer,
não tem jeito. Amar é amar a felicidade do outro, mesmo que a gente tenha que
passar menos tempo junto. Principalmente o amor fraternal, esse sim faz falta. Amar
assim é torcer para que dê tudo certo só para ver a pessoa feliz, mesmo
querendo que dê tudo errado. Mas é ir lá e dizer "vai, eu te apoio". A
gente sabe que ama quando entre um café e outro a pessoa pede a tua opinião e tu
dizes “é, eu acho que tu tem que fazer, é o que tu queres, é a tua realização
que está em jogo”, mesmo que durante essa fala tu estejas te cortando os
pulsos. Amar é entre um chá e outro olhar bem fundo nos olhos, e a gente ser tão
leal à pessoa e ao mesmo tempo a nós mesmos que num surto de coragem sejamos
capazes de dizer “não é o que eu queria te dizer, mas é o que eu acho que vai
te fazer feliz”. A gente dá por conta que ama quando não aceita bem a ideia,
mas sorri para não desestimular o outro, quando ao invés de assistir filme
deitada, tapada, no colo nós então fazemos isso sentados em um sofá há metros
de distância, sentada, enrolada e sem nem olhar para o lado, porque não tem erro,
olhou... Chorou.
Laila Naymaer
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